GREYHOUND - RACING - V

Por: Ricardo Coacci



O Greyhound é considerado o rei do racing, ou corrida com isca, essa corrida é a mais antiga competição de cães.
Séculos atrás Ovid, historiador Grego (17 a.C/63 d.C), escreveu a primeira descrição, que se sabe, sobre corridas. Ele descreveu em versos, um Greyhound caçando e abatendo uma lebre.
O racing apareceu nos Estados Unidos em 1890 sob a supervisão do National Coursing Association, a qual cada ato era registrado numa agência e mantido no Sutd Book em Abilene, Kansas. A princípio houve quem pensasse que tal atração seria capaz de reter o público depois das corridas de cavalos, mas a inovação foi um fracasso. Surgiu então a idéia: não eram as corridas de Lebréus comparadas às corridas de cavalo? Bastava organizá-las independentemente dos espetáculos hípicos, quando as pistas já não estivessem ocupadas com os puros-sangues, ou seja, à noite.
Assim dirigiram-se os projetores às pistas, lançando uma luz potente sobre os Lebréus corredores e deixando os espectadores às escuras; o racing teve um êxito imediato. Um público cada vez mais numeroso começou a ir aplaudir e apostar, temperando as cálidas noites da Flórida, mas também era um encontro de centenas de criadores no Texas, Oklahoma, atraindo de 300 a 3.000 espectadores. As corridas em Abilene aconteciam duas vezes por ano, uma na primavera e outra no outono.
Em 1912, antes de voltarem à Grã-Bretanha, as corridas de Greyhound já tinham se estendido de Miami a Massachussets e outros estados dos EUA. De fato, em 1926, o norte-americano Charles Munn, com a ajuda de um juiz de coursing inglês, o major L. Lyne Dixon, de Sir Willian Gentle e de alguns financiadores, impôs este desporto na Inglaterra. Construíram grandes cinódromos como o de Bellevue, perto de Manchester, ou White City Stadiun, em Londres, acabado em 1927, edificados depois mais outros trinta.
Lembramo-nos de que se o racing se tornou tão popular, isso se deve em grande parte a um Lebréu, o famoso Mick the Miller, cuja brilhante carreira teve lugar no início dos anos 30 e que ainda hoje continua a ser para os ingleses o maior Greyhound de corrida. Entre os famosos cães ingleses de corrida, foram mencionados no artigo do Coursing and Racing: “Bad at the Bowster”, uma cadela de cor “red-and-fawn”, que mesmo pesando só 44 libras, era uma vencedora freqüente; Coomassie, o menor Greyhound a vencer a Waterloo Cup; a cadela Fashion, Miss Gledine, Thougtless Beauty, Lady Lyons, Long Span e Fullerton.
Com esse novo esporte, a raça experimentou uma segunda mudança que longe de lhe ofuscar o prestígio, aumentou ainda mais sua reputação de Galgo, e até de animal doméstico mais rápido da terra. Na Grã-Bretanha, o Greyhound continuou a ser essencialmente um cão de trabalho; para cada ceinquenta corredores há apenas um animal de exposição ou de companhia, mas também tem havido casos em que cães de trabalho ganham nas exposições; os exemplares inscritos em The Kennel Club são Galgos muito esportivos e velozes. Os Galgos de corrida e Galgos de exposição são dois tipos distintos.
Nos primórdios, em grandes áreas abertas onde eram impossível ao caçador aproximar-se da caça, foi que o Greyhound deu a sua maior contribuição ao homem. Sua excepcional acuidade visual e grande velocidade permitiam-no localizar e perseguir uma lebre matando-a ou apreendendo-a até a chegada de seu dono, sinalizando com latido.
Foram necessárias algumas mudanças nas regras de lá para cá, mas a conduta permanece a mesma. Essa competição é praticada num recito com pista elíptica, os cinódromos, compreendendo duas linhas retas e duas em semicírculo, paralelas.
A pista mede habitualmente 480 metros e o piso pode ser de areia, saibro ou relva. A isca é presa a uma corda que é presa ao solo, guiada por uma haste acionada por motor elétrico ou instalada num carrinho que desliza sobre um trilho. Os seis ou oito cães, com capas numeradas, saem de caixas com abertura simultânea.
A cronometragem pode ser eletrônica, com photo-plinish na chegada. O cinódromo tanto pode ser uma instalação elementar, que tem de ser completamente segura para que os cães não se machuquem, como podem ser um verdadeiro estádio, como milhares lugares para o público e arquibancadas cobertas, projetores para as competições noturnas e etc.
Essas diferenças de infra-estrutura mostraram a diversidade de recursos desse desporto, tanto na Grã-Bretanha como no resto da Europa, de fato na Inglaterra é um esporte altamente profissionalizado e assemelha-se em organização às corridas de cavalos.
Nos países existentes há uma centena de cinódromos, dez deles se encontram na Inglaterra.
Todos os anos essistem as corridas, mais de seis milhões de espectadores e nelas participam por volta de vinte mil Greyhounds. O total de prêmios eleva-se a várias dezenas de milhões de libras (dinheiro da época em que a matéria foi publicada) e as apostas movimentam mais de quinhentos milhões. Como acontece com os cavalos de puros-sangues, existem regiões especializadas na criação de Greyhound de corrida, sendo a Irlanda a de maior reputação.
As corridas com apostas também são muito desenvolvidas na Austrália, mas é nos EUA, em especial na Flórida, que elas atingem sua máxima dimensão. Prova disso são as apostas que ultrapassam os três “bilhões de dólares”. Essa situação em nada se assemelha à da Europa Ocidental, onde as corridas de Galgos têm um caráter essencialmente esportivo. O Greyhounds não é a única raça participante: os Afghans hounds e os Whippets também são excelentes desportistas.
O racing implantou-se graças à União Internacional de Corrida de Lebréus (UICL), organismo internacional que não é reconhecido pela Federação Cinológica Internacional.
Na Europa as corridas de Galgos foram dominadas, durante anos, pelos alemães, holandeses e suíços.
Embora a criação de Greyhounds tenham um nível excelente, em relação à dos países anglo-saxônicos, há falta efetivos de meios financeiros e de atenção por parte da imprensa.
Aqueles que consideram o Greyhound mal e impossível de treinar estão enganados, pois esse cão é bastante tranquilo e discreto em casa e não esconde o afeto transbordante que sente pelo seu dono. É um cão muito fino, muito flexível, mas de linhas harmoniosas e, onde quer que ele vá com seu dono, chama muita atenção e interesse.
Há vários canis que criam pra exposição, mas mesmo sendo da grande beleza e da origem aristocrática, poucos são os criados como cães de companhia.

Um comentário:

  1. Ricardo, acho que já li seus textos umas cinco vezes cada um..rsr
    Toda vez que venho dar uma passeada no blog eu acabo relendo.
    Esse eu já tinha lido umas 3 vezes e decidi ler novamente..rs

    Não me canso..seus textos são recheadíssimos de muita informação, no capricho!

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