Mutirão: coleiras e guias

Olá para todos!

Decidi me aventurar num assunto que, para mim, era um bicho de 7 cabeças... mas confesso que escrever para nós sobre coleiras e guias foi um aprendizado enorme! Só para vcs terem uma idéia, vi que usava a coleira e guia mais inadequados para o Farello no momento (peitoral + guia retrátil). Agora estamos nos adaptando com a coleira e guia mais adequadas, mas particularmente precisamos da ajuda de um adestrador para nos adaptarmos! Com isso, nossas caminhadas diárias têm sido mais curtas até sentirmos 100% de segurança na guia com enforcador e limitador!

San: as fotos são beeeeeemmmm amadoras, mas com certeza me inspirei nas suas belas imagens para montar as fotos no post! Ainda chego lá!

Bem, mas vamos ao que interessa! Boa leitura a todos!

Coleiras e Guias

A coleira é um acessório que fica no pescoço do cachorro e é recomendada por muitos adestradores (e por muitos aqui do blog) que seja usada sempre, mesmo quando o cão estiver em casa, facilitando a correção ou contenção de algum comportamento inadequado e também para que ele porte uma plaquinha de identificação como a Débora já colocou brilhantemente a sua importância aqui no blog.

Exemplo de plaquinhas frente e verso

O ideal para o uso do dia-a-dia é uma coleira confortável e ajustável, devemos nos atentar para a qualidade do material (macio e flexível), as costuras e o fecho, seu sistema de regulagem e ter atenção para não ficar apertada demais, nem frouxa demais. O ideal é ajustar a coleira de modo que você consiga enfiar o dedo entre ela e o pescoço do seu cão sem esforço, mas também sem espaço para sobra.

Para os filhotes a regulagem não pode ter partes excedentes que possam ser mastigadas. Os fechos plásticos do tipo trava de engate podem ser usados, mas devemos ter atenção com o passar do tempo para ver se não estão se deformando e perdendo a pressão.

Coleiras peitorais são indicadas para cães de pequeno porte. Devemos levar em consideração vários aspectos nesta coleira também, entre eles a segurança. Uma vez comprei uma peitoral ajustável para o Farello e os ajustes se afrouxavam à medida que ele puxava a guia... foi perigoso! Ele se soltou uma vez saindo correndo em disparada!

Agora, achei legal acrescentar um pedaço do e-mail que a Débora me enviou acrescentando mais informações importantes a respeito do uso da plaquinha de identificação:

“...a plaquinha não deve ficar presa na coleira atada a guia. Deve ficar numa coleirinha fininha separado, pode ser aquelas coleirinhas de gato, um cordãozinho qualquer, uma correntinha só para a plaquinha, tipo uma gargantilha bem leve para não marcar o pelo, não pode ser apertada e nem larga, para não correr o risco de enroscar em nada.”

Débora ainda coloca que não é aconselhável prender a plaquinha na coleira da guia pois estará sempre tensionada e, se por algum motivo esta coleira rasgar, corremos o risco de ficar com a coleira, a plaquinha e a guia na mão enquanto nosso aumigo escapará sem identificação.

De acordo com o livro Larousse dos Cães, a coleira tradicional de Lebréis e Whippets é de couro, larga no centro e fina nas extremidades!


Fonte: galgos.com.br

A guia é o acessório que une a coleira ao controle do dono. A guia deve transmitir, de maneira delicada, as ordens dadas pela mão. Evite guias muito curtas, que não dão liberdade suficiente ao cão, a menos que seja em caráter de adestramento. As guias retráteis são uma excelente opção no que diz respeito ao raio de ação do cão, porém os riscos de atropelamento e brigas com outro cães são maiores; neste caso, o cuidado é redobrado!

A guia ideal é aquela simples e leve. Ela deve agüentar um bom tranco quando necessário e também passar despercebido pelo cão quando estiver frouxa. Para passear, o tamanho ideal de uma guia deve ficar entre 1,5m e 2,0m.

As guias de corrente são indicadas apenas para passeio ou quando o cão ficará preso sem supervisão, pois a corrente não pode ser roída.

Guias retráteis: devem travar bem e exigir o mínimo de tração possível para aumentar o comprimento, caso contrário, irão colaborar para seu cão puxar o dono.

Para quem está treinando o cachorro a obedecer os comandos a longa distância, ou fazendo a transição para que o cão obedeça mesmo sem estar usando uma guia, ou ainda, ensinando a trazer e entregar a bolinha, existem guias de treinamento longas de 7 a 10 metros em nylon ou algodão para proporcionar maior mobilidade.

O cuidado deve ser tomado também ao analisarmos os mosquetões das guias. A Débora nos alerta com a imagem abaixo mostrando um mosquetão ruim, que se abre com facilidade.


Fonte: Débora e Zé Magrelo

ENFORCADORES




O enforcador tem como objetivo chamar a atenção do cão através de uma sensação desagradável (enforcamento) quando tracionar excessivamente a guia, auxiliando na correção deste comportamento. Deve ser utilizado quando o cão estiver sendo treinado ou passeando, sempre sob supervisão humana.

PRÓS: são bem aceitas em cachorros comportados ou treinados, utilizadas para os passeios diários, mantém o cão sob controle com certa mobilidade.

CONTRAS: podem ser perigosos se deixados permanentemente no pescoço do cachorro, pois podem se prender em algum móvel ou outro local, causando graves problemas como o enforcamento acidental, hematomas sublinguais e traumatismos na traquéia. Cães agitados e sem treinamento também podem se machucar utilizando este tipo de coleira em passeios.

GUIA: neste caso não é aconselhável a guia retrátil. Podem ser utilizados com guias de 1,50m a 2,00m.

OBSERVAÇÕES:

ENFORCADOR AJUSTÁVEL COM LIMITADOR: Ao contrário dos enforcadores comuns, esses enforcadores podem ser ajustados para enforcar o cão apenas até um determinado ponto, sendo assim mais seguros para seu cão. Além do limitador, este acessório fica melhor posicionado no pescoço do cão, reduzindo assim as chances de machucá-lo. Segundo o adestrador André Barreto essa é uma opção bem mais segura do que os enforcadores comuns.

Débora nos lembra também que com este enforcador, não corremos o risco do cão se soltar sem perceber..


Zé Magrelo nos mostrando o enforcador com limitador

Os enforcadores devem ser leves o suficiente para que o cão perceba que está usando apenas quando receber a correção. Assim, ficará mais fácil seu adestramento com a possibilidade de obediência também quando estiver sem o enforcador se este for seu objetivo.



Este equipamento deve se afrouxar assim que aliviarmos a tensão mantida pela guia. Para isso, Alexandre Rossi, em seu livro adestramento inteligente nos ensina como utilizarmos o enforcador da maneira correta:

Para conduzir o cão do lado Esquerdo, olhe para o cão de frente, forme a letra P com o enforcador e coloque-o no pescoço do seu cão. Para as pessoas que andam com o cão do lado Direito, o P deve estar invertido e aí sim, deve ser colocado no pescoço do cão.

Lembrando ainda que o enforcador deve permanecer bem no alto do pescoço, logo abaixo das orelhas, causando menos desconforto e perigo.

Os equipamentos abaixo substituem o enforcador para cães que se engasgam, se enforcam e ainda sim puxam a guia. Eles também ensinam a não puxar a guia, sem enforcá-los.

HALTI ou TRANQUILITY WALK





É uma “coleira” de cabeça – toda vez que o cão puxa a guia, a cabeça dele vira automaticamente, o que faz o cão aprender a parar de puxar.

PRÓS: não é uma focinheira e não machuca o cão, apesar de muitas pessoas ao verem um cão com a Halti achar que ele é bravo e que está de focinheira.

CONTRAS: quando tracionado, também fecha a boca do cão. Uma amiga da Débora usa a Halti e colocou coisas importantes: “este equipamento não pode ser usado como coleira de segurança, é vendida assim, mas o cão consegue tirar e se soltar facilmente, super perigoso.. o que ela faz, assim como a Ful também coloca é usar uma coleria comum e a halti e prende uma na outra..

GUIA: É recomendado o uso de guias curtas, assim o cão permanece ao nosso lado todo o tempo.

OBSERVAÇÕES: o período de adaptação com esta coleira não é de apenas 2 semanas como diz o fabricante! Já vi vários depoimentos dizendo que 2 semanas não são suficientes. A amiga da Débora disse que levou 3 meses, mas não se arrependeu, tem sido muito positivo, mas a adaptação é gradual e quem optar por este modelo não pode desistir!

LOOP ou TRELA


Fonte: mercadolivre.com.br

É um peitoral modificado para causar desconforto quando o animal traciona a guia, pois num peitoral normal, o cão puxa a guia cada vez mais.

PRÓS e CONTRAS: Em minhas pesquisas, não encontrei depoimentos ou explicações a respeito da loop. Deixo aberto para quem tem ou teve experiências com este modelo para compartilhar conosco.

GUIA: É recomendado o uso de guias curtas. A guia que acompanha esta coleira tem 1,30m.

GENTLE LEADER

Atua da mesma forma que um cabresto através de uma tira de nylon para o focinho e outra para o pescoço do cachorro. Estas tiras “sinalizam” ao cachorro que a pessoa que está segurando a guia tem o seu total controle.



Colaboração: Fúlvia e Suzie

A coleira Gentle Leader (GL) é indicada para:

PRÓS: Segundo o site bitcao.com.br, representantes e vendedores da GL em parceria com a LordCão, este modelo é a opção mais eficiente e moderna para quem quer ter um cachorro educado, mas não quer correr o risco de machucá-lo. Ela foi cientificamente desenhada para trabalhar com os instintos naturais do cachorro. Quando ela é tencionada, as tiras de nylon fecham a boca do cão e aplicam uma leve pressão no alto do seu pescoço – sendo estes os mesmos sinais que a cadela dá aos seus filhotes quando precisa controlá-los.

CONTRAS: No uso aqui em casa com o Farello, eu colocava um tempo para ele se acostumar antes de sairmos, mas ele arrastava a carinha no chão ou puxava a guia com a pata, então, talvez não tenha tido a paciência que a nossa amiga teve com a halti e acabei desistindo. Outra coisa: a tira da cabeça escorregava toda hora e pelo manual de instruções que vem junto com o acessório, não é recomendado o uso da GL de forma inadequada.

GUIA: Assim como a Halti, é recomendado o uso de guias curtas, assim o cão permanece ao nosso lado todo o tempo.

OBSERVAÇÕES: assim como a Halti, muitas pessoas ao verem um cão com a GL podem achar que ele é bravo e que está de focinheira. Outro ponto importante é a paciência na hora da adaptação (confesso que vou tentar de novo, pois os poucos períodos que o Farello ficou tranquilo com a GL, nossa caminhada valeu a pena!)

Algumas diferenças que pude observar entre a Halti e a Gentle Leader:

HALTI

Estrutura Mais larga e com mais tiras

Posição no cão Pescoço e abaixo dos olhos

Ao tracioná-la... Fecha a boca do cão

Perigo do cão se soltar Sim - necessário coleira extra

GENTLE LEADER

Estrutura Mais finas e com menos tiras

Posição no cão Atrás orelhas e abaixo dos olhos

Ao tracioná-la... Não fecha a boca do cão

Perigo do cão se soltar Mais difícil, mas também pode acontecer


Para ilustrar um pouquinho de tudo que vimos aqui, segue o link de um pequeno video do adestrador André Barreto do webanimal.com.br:

http://www.webanimal.com.br/tvwebanimal/tv_coleiras_1008.htm

Créditos:

Débora e Zé Magrelo

Ana e Tobi

Fúlvia e Suzie

O primo Rocky – Lhasa Apso

Livro: Adestramento Inteligente do Alexandre Rossi

Sites: bitcao.com.br

supercachorros.com

webanimal.com.br

Convido a todos para complementar informações e também contar suas experiências!!!

9 comentários:

  1. Lindo tópico, tô em falta, eu sei.
    Perguntinha: Com a guia longa, de 7 a 10 metros, qual coleira usar? Peitoral, enforcador, coleira de galgo, qual?

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  2. Oi Tais e Farello!
    Puxa quanta informação. Tenho muito o que aprender ainda sobre coleiras...
    Ainda não saímos na rua com o Sky, mas compramos para ele uma coleira tipo enforcador por orientação as meninas do canil Klein Flanderbrot, onde tivemos a alegria de encontra-lo.Mas nem sabíamos que existia enforcador com limitador.Vamos experimentar a que compramos e ver como nos saímos...
    Obrigada por todas as dicas e informações. Estamos aprendendo muito com vocês.
    Bjs!

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  3. Mila... tá sumida! Tudo bem?
    Acredito que a guia longa possa ser usada com a peitoral ou coleira simples, esta guia longa é indicada para adestramentos ou qdo o cão já te obedece prontamente evitando riscos de atropelamento ou brigas com outros cães.

    Bjs pra vc e pra Fiona!

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  4. Xú e Luíza: quando li o comentário de vcs no post "que calor é esse", vi que estava na hora de publicar minha pesquisa no blog! É assim mesmo... já perdi a conta de quantas coleiras e guias comprei para o Farello e não corresponderam ao que esperava. Atualmente, como já disse estamos no enforcador com limitador, que parece que vai dar certo!
    Bjs pra vcs e pro Sky, que é lindo!

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  5. Tais, seu artigo é de extrema importância!
    Preciso falar aqui para todos, para que não aconteça com ninguém:
    - Numa das primeiras saídas com a Radija, o ilhós da quia se soltou (naquela parte da vira do mosquetão, que é preso com um ilhós em algumas guias, acho que as costuradas devem ser mais seguras que com o tal ilhós)
    A cachorra simplesmente ficou solta no meio da rua, em um cruzamento super movimentado, pra quem conhece São Paulo, na R. Heitor Penteado, onde moramos, qualquer esquina é movimentada, passa ônibus, e a maldita guia se soltou na hora que o farol abriu, acho que deve ter sido um anjo que fez com que ela desse uma volta ao meu redor, ao invés de ir em direção ao ônibus que passava do lado da calçada; eu fiquei gelado, minhas pernas tremiam, quase que eu tenho um infarto!
    A guia foi comprada na Cobasi; levei lá e reportei o fato, disse que por pouco minha cachorra não morreu atropelada; els foram super atenciosos e disseram que iriam passar a informação para o fornecedor.
    Bjs!

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  6. Olá Fernando... Infelizmente estamos sujeitos a tudo mesmo! Mesmo com uma coleira e guia nova, há o risco invisível de um mecanismo mal projetado, mal colocado, mal feito mesmo, mas que bom que nada de grave aconteceu com vcs!
    Obrigada!
    Tais e Farello

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  7. Otimo poste, de fato esse negocio de coleira x guia é meio complicado, eu mesmo nem conhecia esse enforcador com trava.

    Sobre as plaquinhas tenho pavor delas mas acho de suma importacia eu mesmo irei providencias as minhas essa semana mesmo o Orfeu fugiu mas peguei ele rapidinho.

    Bunca usei coleira no Orfeu sempre enforcador mas chega uma hr que elas sempre arrebentam e passo aperot com ele agora uso uma grossa e que por sinal é horrenda.

    Agora eu to com um probleminha pois comprei uma coleirinha pro Piccolo pra ja ir acustumando ele a andar na guia e estou ate tendo resultados legais, so que percebi que ponho a coleira e ele começa a coçar e ate começou aparecer umas falinhas no seu pelo, a vet pediu pra tirar a coleira dele e foi o que fiz, vou esperar ele ficar adulto e comprar uma propria pra lebreu e enquanto isso vou ver o que arrumo, eu ate iria comprar essa do tipo de esposição pois sao delicadas e bem resistente.

    As de peitoral sempre tive horror a elas e li uma vez que usado frequentimente principalmente em um cao digamos se modos pode ocasionar muitos problemas, sem contar que nao combina nem um pouco com um galgo ne. por mais é só abraços a tds

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  8. Oi Gente!
    E vocês? Usam que coleira em seu galguinhos?

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  9. Nossa.. esse assunto dá o que falar mesmo.. eu também já passei um apuro.. esses dias a argolinha da coleira, aquela que parece ser bem forte (onde atamos a guia) simplesmente quebrou na rua sem o Zé nem fazer força.. não sei o que aconteceu, nesse caso a culpa nem foi do fabricante, pois quem imaginaria aquilo quebraria? Só sei que realmente nunca dá pra saber..

    Mila, eu uso atualmente uma coleira comum no Zé, essas tradicionais, mas eu gosto mesmo é do enforcador, esse de nylon roliço como na foto do Zé, e com o limitador.. já usei o enforcador normal, sem limitador mas o Zé escapou por 2 vezes na rua e o pior, sem querer.
    Sem contar que o enforcador com limitador você pode deixar justinho na parte mais alta do pescoço, mais confortavel para o cão.

    Ahh.. o Zé se coça tambem por causa da coleira, mas dos males o menor..rss Pra eles a coleira tem que ser o mais simples e macia possível, tem uns galguinhos que nem tem pêlo embaixo do pescoço, né?

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