Mais um pouco de história..

Por Elisio Paiva

"Bom dia a todos os amantes da Cinofilia em especial aos galgueiros! É assim que nos tratávamos a muitas décadas atrás quando nos encontrávamos em exposições.
Vou lhes contar o que se passou comigo numa dessas minhas idas às exposições:
Ano 1982.   Sábado três horas da manhã acordo e vou dar banho em Yousseff, meu borzoi que estava em plena campanha de pista, o que vocês não sabem, como é prazeiroso dar banho num cão de 82 cms de altura na cernelha com a pelagem ondulada com mais ou menos 20 cms de fios abaixo do peito e cauda franjada em mais 20cms.. conclusão: Você toma banho junto com ele! 
O que ocorre é que você fica completamente paranóico em tirar o menos possível de pelos do cão para não comprometer o julgamento e aí você lava e põe shampoo e creme rinse e aí enxagua e no final o secador. Viu como não dá trabalho?
Pois é, acordei minha noiva, minha atual esposa( Graças a Deus) para irmos à exposição que foi no 18º Batalhão da Polícia Militar no Rio de Janeiro e vocês sabem, que isto na maioria das vezes contagia o restante da família e eu tenho um irmão caçula que hoje é um biólogo respeitável, na época tinha somente o protocolo da carteira de motorista e apenas 18 anos, pediu para levar o carro, uma brasília verde ( Não era amarela, rs,rs ) e eu deixei.
Lá fomos nós: Meu irmão dirigindo, eu no carona e a minha noiva espremida no meio de um borzoi gigantesco e dois whippets que também já estavam inscritos, a Thainá e a Shaymoon ( Era assim mesmo!!) que não paravam um só instante, brincando de pular sobre nós, inclusive do meu recente motorista. Ao dobrar uma esquina com o carro o que aconteceu? Batemos de frente com um Fiat 147 ( Vocês lembram?) que estava na contra mão. Graças à Deus com os cães não aconteceu absolutamente nada por incrível que pareça. Meu irmão com uma luxação no punho e no ombro, minha noiva com um forte hematoma na perna e eu com o super cílio aberto e sangrando muito. Situação dos carros: Fiat 147, perda total e completamente errado. Brasília verde: Para choque empenado e cego dos dois faróis. Situação dos galgos: Extremamente felizes e alheios à toda aquela situação. Fiquei preocupado com o horário da exposição, pois já estava quase na hora de abertura e falei para o meu irmão e minha noiva:
-Vocês estão bem? E minha noiva perguntou:
-Vamos perder a exposição? Claro que não! Respondi.
Olhei para o meu irmão e ele rindo perguntou: Vamos?
-Vamos. Respondi, rindo.
A Brasília Verde não teve maiores danos a não ser os faróis e o para choque e fomos ao nosso destino, a exposição e ainda me dei ao luxo de colocar uma fita k7 do Dire Straits .
Ao chegarmos ao batalhão fomos cercados por policiais militares que se prontificaram em nos prestar socorro depois que lhes contamos o ocorrido e um oficial ainda disse em tom de brincadeira:
- Isso é que é gostar de cachorro!
Só que não tinha médico no batalhão no momento e fomos atendidos pelo veterinário da exposição, o já falecido dr. César, meu amigo particular.
Fomos para o local da exposição da seguinte forma : Meu irmão com um braço entalado e na outra mão segurando Thainá. minha noiva mancando levando Shaymoon e eu com um curativo exagerado no super cílio levando Youssef.

Fomos até a bancada de confirmação de pista contei o que aconteceu e viramos a atração do dia, porque parecíamos três sobreviventes de uma guerra levando os cães para uma exposição.

Muitos aprovaram nossa atitude, outros nem tanto mas o importante era que nós não podiamos perder aquela exposição.

Não naquele dia... "

Um comentário:

  1. Eu simplesmente amei.. dei boas risadas e fiquei imaginando a cena...rs

    Se eu entendesse pelo menos um pouquinho da parte gráfica eu ia fazer um desenho de vocês nessa brasília verde..rs
    Esse post merecia uma ilustração!..rs

    Deve ter sido uma farra deliciosa.

    Obrigada pelo presente, uma bela leitura!

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