GREYHOUND - O SACRIFÍCIO - PARTE VII

Por: Ricardo Coacci

GREYHOUND

Quando escrevi essa ultima parte (texto) da minha pesquisa, fui tomado por forte emoção quando vi fotos de Greyhounds dependurados nas árvores ou amarrados morrendo à míngua nos bosques, bosques esses que um dia serviram para os Galgos expressarem seus dons de liberdade.


Foto: Ricardo Coacci


O SACRIFÍCIO


... de conviver no mundo em que nos faltam solidariedade, respeito, compaixão... Acabamos, então, vítimas de nós mesmos e em alguns casos, quando contrapomos a qualquer tipo de violência deixamos de observar nossos próprios atos, agindo de forma que repudiamos.
Sacrificar brutalmente a quem nos tem apreço e confiança é no mínimo uma covardia, além de estupidez. Somos, no reino animal, os únicos que matam por motivos banais ou sem nenhum motivo. Somos capazes de violentar crianças e idosos, quanto mais nossos “melhores amigos”, os cães são assim considerados.
Podemos imaginar Greyhounds sendo levados aos bosques e lá traídos de forma vil, atingidos por quem confiaram? Seus “companheiros”, que apenas o mantêm visando lucros exorbitantes quando percebem a falta de rendimento físico, o simples objetos de angariá-los – o cão – é covardemente assassinado sem o menor apego, carinho ou afetividade. São milhares em toda parte do mundo, por inúmeros motivos das formas mais sórdidas.
Há algumas organizações que confirmam ser mais de 20 mil o número de cães mortos todos os anos.
Um animal em perfeita forma física, chega a faturar, para seus criadores, aproximadamente 400 mil dólares por corrida. Seria mais correto que parte desse dinheiro fosse destinado aos cães aposentados ou às organizações de doação como a National Greyhounds Association (NGA) e à Greyhound Pets of América (GPA), que chegam a doar mais de 7.000 cães em um ano. Essas organizações são mantidas por pessoas que empregam tempo e dinheiro para que ELES consigam viver ou sobreviver com mais dignidade. Mesmo os ex-corredores, se voltarem a ser treinados, se tornarão ótimos companheiros de vida longa.
Devemos nos lembrar que os artistas sempre os mantiveram vivos, preservando, de certa forma, suas qualidades que são tantas...


Foto: Ricardo Coacci

Foto: Ricardo Coacci
Foto: Ricardo Coacci


Com isso, na época, ousei a escrever essa poesia:


CINZA
Serás protegido como nobre metal
Que embeleza e cobre
A escultura real
De movimentos precisos
E dignidade distinta
És uma obra divina
Constituído de altivez e amparado pelos ventos
Atinges o alvo
E avanças no tempo
Mas que ao tempo não pertences
Rompes o momento
E num clássico instante a brisa
passa
Trazendo em ti
Eras remotas
Registro vivo de elegância
suprema
Adormeces plácido
E reencontras no presente
O que foste outrora
O massacre de alguns (cruel covardia)
Faz reviver-te como fortaleza
Sustentado pela paixão que
Invade a aurora
Seus propósitos firmes e ingênuos
Fazem refletir

Ricardo Coacci-2001

Obrigado Débora por essa oportunidade!











Um comentário:

  1. Ricardo, seu texto é lindo e de uma sensibilidade incrível. Nossos sentimentos são de revolta pela crueldade com seres tão doces e gentis como os Galgos (e todos os outros cães também).

    ResponderExcluir