GREYHOUND NÃO É UM WHIPPET GRANDE NÃO - II

Por: Diego Huber



Olá, pessoal! Como prometi pra Débora vou escrever de vez em quando algo sobre os greyhounds pra gente ir conhecendo e conversando mais  sobre esses lindos galgos.
A Doria, nossa sueca, está muito linda! Já fez 6 meses e está pesando  25kg. Já sofreu sua adaptação às nossas latitudes tropicais e está toda contente com seus amigos whippets.
Lá na Suécia eles não vacinam nem contra a raiva nem contra a leptospirose, por exemplo. Foi uma mão-de-obra achar quem vacinasse contra a raiva, obrigatório segundo legislação brasileira pra cães com mais de 12 semanas de idade que entram em nosso país.













Aqui vacinamos contra giárdia e leishmaniose, além das obrigatórias V-8 e raiva. Pra ir se imunizando contra tudo isso, a pobre Doria esteve até pouco tempo atrás passando por várias vacinações. Temos tido cuidado com o calor excessivo, se bem que Embu é bem mais fresco que São Paulo, por exemplo.

Também nossa água apesar de tratada, pelo clima acaba tendo mais microorganismos. Não custa nada dar água filtrada pros magrelos, né? Mas no geral a adaptação dela foi excelente. Estamos esperando agora a vinda do seu futuro “marido”.
A convivência dela com os whippets é fácil. Na hora da comida, como ela guarda a comida (rosna) se for a primeira a chegar no prato, temos que controlar, mas sem grandes estresses. O macho whippet Elton é o que disputa mais a comida com ela. Ela ficou muito amiga do Noah, nosso dogue alemão que faz a guarda da chácara. Com os filhotes whippets da última ninhada ela brinca até se esbaldar. Correm muito, se mordem, rolam na grama.
Agora que ela está imunizada contra tudo, começamos a passear mais na rua com ela. Mas ainda não conhece o Ibirapuera, por exemplo. Já foi até alguns shoppings e esteve no Pet Show dia 20 de março. Foi uma festa!
Ela continua bem independente e não faz nenhuma bagunça dentro de casa quando está sem supervisão humana. Diariamente passa pelo menos 2h sozinha na sala e cozinha com uma whippet que está prenhe (Petra). Só fazem as necessidades no jornal e não destroem nada. Gostaria de falar hoje deste assunto.
Tenho recebido muitas reclamações de donos de whippets cujos cães sentem ansiedade da separação. São pessoas que têm que deixar seus galgos desacompanhados por algumas horas em casa diariamente e que percebem ao voltar o sofrimento do animal com sua ausência e alguma destruição, inevitável. Essas pessoas recorrem a escolas de treinamento canino, creches, passeadores de cães, e se sentem frustradas. Alguns pensam que a saída pode ser ter outro cão em casa pra acompanhá-lo. O que vou dizer agora aplica-se mais aos whippets mas serve em parte para os greyhounds: cada cão tem sua personalidade, independente da raça que seja. Há pit-bulls dóceis e poodles assassinos.
Entretanto, cada raça tem algumas características adquiridas ao longo dos anos de cruzamentos e aprimoramento para uma função determinada. Whippets e greyhounds são “hounds”. São cães que auxiliam os caçadores a rastrear ou perseguir o animal a ser caçado. Comparados aos perdigueiros, que ajudam aos caçadores achando a presa e retornando-a, os hounds são usados para persegui-la. Os hounds se dividem em lebréis e sabujos. Estes caçam pelo olfato mas os lebréis caçam pela visão. São os nossos galguinhos que estão hoje em dia em sofás e tapetes e que saem pra passear no shopping ou no parque de coleira de strass. Mas não se deixe enganar por essa imagem aristocrática e elegante. São caçadores: hounds lebréis. Vão esquecer que estão de coleira de oncinha se virem passar no parque um gato correndo, um pássaro ou um esquilo. Andam atentos a tudo, rastreando a área com a VISÃO. Quando acham o alvo correm e atacam. Isso está no DNA deles.
Eram tão próximos das pessoas, que sua vida estava intimamente ligada à dos humanos e suas caçadas. Não tinha supermercado e a caça era vital para a sobrevivência do homem, só depois virou esporte. E quando não os acompanhavam na caçada estavam dormindo em suas camas. Na idade média usavam-se os lebréis para esquentar a cama dos senhores. Viviam no colo das donzelas e acompanhavam os nobres nas festas e competições. Eles não mudaram. A gente não os leva mais pra caçar e os repreende se querem correr ou fugir atrás de uma “presa”. Mas fica difícil fazê-los suportar nossa ausência.
Disse tudo isto pra contextualizar a herança genética deles, mas claro que há formas de atenuar tendências. Só que realmente é muito difícil fazer um whippet ou greyhound ficar sozinho em casa nos esperando por muito tempo e não sofrer. Eles querem ir junto. Não reclamam de longas viagens de carro, desde que estejamos com eles.
Tudo isto deve se levar em consideração ao escolher um greyhound ou um whippet pra mascote. Horas sozinho poderão ser toleradas por outras raças de cães talvez, ou um gato, tartaruga, passarinho, hamster. Galgos querem estar com a gente. Talvez um segundo cão seja uma solução mas cada caso deve ser estudado separadamente. Há, como disse, formas de ajudar nosso galgo a superar a solidão se for necessário, mas não é o ideal para ele.
Falando assim a intenção não é assustar, e sim fazer-nos pensar antes de trazer um greyhound ou whippet pra casa. Será um membro da família por muitos anos, enquanto viver. A companhia deles é muito recompensadora. Pulam na gente pra comemorar nossa chegada mesmo que nossa ausência tenha sido só pra pegar a correspondência na portaria do prédio. São carinhosos, não querem só subir na cama, querem deitar do lado e encostar a cabeça no travesseiro junto com a gente. Não tem um pingo de vergonha de suplicar atenção...São na minha opinião os melhores cães que eu poderia ter, me fazer sentir realmente amado e acompanhado. São o retrato da fidelidade e carinho.
É difícil alguém hoje em dia estar o dia todo em casa. A vida moderna não permite. Mas temos que ver se temos o mínimo de tempo para dedicar a um galgo antes de decidirmos ter um. Senão depois pagar por escolas, creches, acompanhantes, empregadas, etc...pode ser uma solução cara e insatisfatória para ambos. Às vezes nós precisamos ter um cão e escolhemos o galgo como mascote pois achamos que eles tem o perfil adequado, mas tem que ver se nós temos o perfil adequado para eles também. Tendemos a idealizar as coisas mas muita gente torna o sonho realidade.
Eu ia falar hoje sobre a diferença dos greyhounds de exposição e os de corrida mas acabei me extendendo sobre este assunto. Fica pra próxima!
Um abraço e saudações galgas pra todos.

4 comentários:

  1. Adorei este relato sobre os galgos. As fotos da Doria estão lindas, que bela greyhound!

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  2. A Doria é mto linda, seja bem vinda ao Beasil!!!
    A Phiorella vai adorar brincar com ela...
    Bjinhos

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  3. Conheci a Doria de pertinho, até brinquei com ela.
    Com ela e com todos os Whippets do Diego.
    São maravilhosos.
    E a Doria............tem um olhar cativante.
    bjs

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  4. será q futuramente ela gostaria de namorar com o Flash? heheheee!!!linda, adorei a cor de seus olhos!!!

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